ciência antiga

Explicamos o que é a ciência antiga, quais são suas principais características e diferenças com a ciência moderna.

Ciência Antiga
A ciência antiga foi influenciada pela religião e pelo misticismo.

O que é ciência antiga?

A ciência antiga (em oposição à ciência moderna) é conhecida como as formas de observação e compreender as características da natureza das civilizações antigase que geralmente foram influenciados pela religião, misticismo, mitologia ou magia.

Em termos práticos, considera-se que a ciência moderna nasceu juntamente com o método científico durante a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII na Europa, de modo que toda a história científica anterior a esse momento pode ser considerada antiga.

Todas as culturas antigas tiveram este impulso até certo ponto, desde os egípcios e babilônios até a Grécia helênica e o posterior Império Romano. Mas as primeiras tentativas de estabelecer um conhecimento sistemático do mundo vêm dos filósofos da antiguidade clássica, que fizeram a primeira tentativa de substituir o conhecimento mítico pelo conhecimento racional.

Não obstante, não havia campo científico como tale os primeiros filósofos podiam lidar com a matemática, a medicina, a biologia, a física ou a astronomia de seu tempo, sempre de mãos dadas com sua compreensão (eram culturas profundamente religiosas) e com as observações que faziam e registravam do mundo ao redor.

Entre esses filósofos antigos apresenta o grego Aristóteles de Estagira (384 aC-322 aC)discípulo de Platão, cujos postulados lógicos e racionais a respeito de aspectos muito diversos do mundo abstrato, cultural e natural permaneceram em vigor durante séculos, praticamente até a chegada da ciência moderna.

O método proposto por Aristóteles consistia em observar a natureza e buscar a resposta a três questões fundamentais:

  • O que é (sua essência ou causa formal e material)
  • Para que serve (causa final)
  • Por que é (causa eficiente)

As demonstrações de Aristóteles eram do tipo dedutivo, e nelas a lógica formal dos argumentos e das proposições que o filósofo fazia era o caminho para garantir a verdade do resultado. Esta ordem de raciocínio prevalecerá durante muitos séculos vindouros.

Veja também: Ciência

Características da ciência antiga

A ciência antiga pode ser classificada em dois períodos históricos: antigo e medieval.

O primeiro inclui estudos filosóficos e místicos da antiguidade e da era clássica, abrangendo desde a antiga Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma. É um pensamento altamente influenciado pela mitologia, mas não tão coercitivo quanto o pensamento cristão. A antiguidade greco-romana é considerada a base de toda a cultura ocidental (inclusive científica).

A segunda, porém, tem a ver com o longo período da Idade Média europeia, em que predominou o pensamento religioso cristão como matriz de todas as formulações e descobertas humanas. A escolástica é devida a ela, ou seja, a doutrina da autoridade dos escritos antigoscomo a Bíblia, que era lida como fonte de verdades objetivas.

A esta última deve ser acrescentada a alquimia, proveniente da cultura islâmica, muito mais avançada que a cultura cristã em questões científicas e filosóficas. Desta cultura provêm os números atuais (árabe) e numerosos avanços na química e na física que mais tarde seriam redescobertos na Europa ou tomados como inspiração para novos avanços.

Ciência antiga e ciência moderna

Ciência antiga e ciência moderna
A ciência moderna é governada pelo Método Científico.

As diferenças fundamentais entre a ciência antiga e a ciência moderna são:

  • A ciência antiga carecia de um método de replicação e verificação de teorias, pois na sua formulação só importava que fossem válidas logicamente, isto é, no pensamento formal. A ciência moderna, por outro lado, é regida pelo Método Científico como forma objetiva e verificável de abordagem da verdade.
  • A ciência antiga demonstrou grande reverência pelos textos anteriores, especialmente na época medieval, quando contrariar os desígnios bíblicos era motivo para acusações de heresia. A ciência moderna também se apoia em textos e experimentos anteriores, mas permite a constante atualização e questionamento do que até agora é considerado verdadeiro.
  • A ciência antiga propunha um finalismo, isto é, um propósito último em todas as coisas, uma razão de existir que precisava ser descoberta. A ciência moderna, por outro lado, herda de Aristóteles o mecanicismo, a consideração de que o mundo funciona como uma máquina ou um sistema, sem uma finalidade pré-estabelecida.
  • Embora a ciência antiga tenha começado com suposições metafísicas, a ciência moderna as rejeita completamente. Em outras palavras, a ciência antiga partiu de suposições aceitas antecipadamente como verdadeiras porque se explicam, como ideias religiosas ou teológicas. A ciência moderna, por outro lado, se opõe às formas de metafísica, pois considera que tudo deve ser explicado.
  • Finalmente, enquanto a ciência antiga procurava encontrar as causas dos fenómenos, a ciência moderna persegue a formulação de leis que servem para descrever como a natureza funciona em geral.

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