Vanguarda

Explicamos o que é vanguarda e como mudou o significado desta palavra. Além disso, contamos quais foram as vanguardas artísticas.

A arte de vanguarda era aquela com maior poder renovador, revolucionário ou inovador.

O que é a vanguarda?

A vanguarda É a parte da frente de um exército (contrário à retaguarda), ou seja, o primeiro a entrar em combate. Porém, Em sentido figurado, a palavra refere-se aos segmentos mais inovadores, comprometidos ou revolucionários de um movimento artístico, político, ideológico ou de qualquer outro movimento. O termo vem da palavra francesa vanguardacom o mesmo significado, e este, por sua vez, do latim antes (“sem ninguém à frente”).

O significado exato do termo “vanguarda” mudou ao longo da história. O seu primeiro aparecimento deu-se no quadro da Revolução Francesa do século XVIII, ligado à linguagem militar, e no século XIX foi herdado pelo chamado “socialismo utópico”, especialmente pela corrente de Henri Saint-Simon (1760 -1825), para se referir aos setores artísticos mais combativos e comprometidos com a mudança social.

A partir de então, o termo adquiriu uma importância histórica e filosófica particular na o mundo artístico, que adotou o termo como próprio no final do século XIX e início do século XX. A arte vanguardista ou vanguardista, portanto, era aquela com maior poder renovador, revolucionário ou inovador, ou seja, aquela que rompia mais claramente com a tradição, não em termos políticos, mas em termos estéticos.

Hoje, o termo “vanguarda” pode ser utilizado neste sentido, ou seja, como sinônimo de “revolucionário”, “inovador”, “combativo” ou mesmo “inovador”, tanto no contexto artístico como em outros similares. .

Veja também: Inovação

Quais foram as vanguardas artísticas?

Num contexto artístico, quando nos referimos à vanguarda ou vanguarda, referimo-nos ao movimento artístico moderno que surgiu no início do século XX, num período de profunda crise cultural e política na Europa. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Revolução Bolchevique (1917), entre outros acontecimentos dramáticos que se seguiram, criaram um panorama de grandes tensões políticas, económicas e sociais que encontraram eco na produção estética. Foi assim que surgiu a vanguarda.

Ao contrário de outros movimentos estéticos e filosóficos mais homogéneos, a vanguarda Consistiram em uma explosão de tendências e correntes artísticasconhecido como ismos (como futurismo, cubismo, dadaísmo, entre outros). Estas tendências são Eles propuseram diferentes caminhos expressivos, através de diferentes gêneros artísticos e literários, e apoiando-se em outras filosofias e teorias. Porém, Eles tinham em comum o desejo fundamental de renovar a forma de fazer arteatravés da ruptura com tradições e da experimentação.

Desta forma, a vanguarda manifestou-se através de diversos movimentos, entre os quais se destacam:

  • expressionismo. Nasceu na Alemanha e noutros países da Europa Central por volta de 1910. A sua proposta fundamental consistia em manifestar a subjetividade do artista através de uma representação subjetiva da realidade. Ou seja, a obra de arte não deve copiar a realidade, mas sim deformá-la para que se adapte ao mundo interior do artista. O expressionismo manifestou-se em múltiplos géneros artísticos, como a pintura, a literatura, o cinema, a arquitetura, o teatro, a dança, a música, entre outros.
  • El fauvismo. Surgiu na França na primeira década do século XX e deve seu nome a “feroz” (do francês Gato selvagem, “besta”) das pinceladas das obras de Henri Matisse e outros pintores similares. Assim os descreveu o crítico de arte Louis Vauxcelles em 1905, batizando sem saber o movimento, que aspirava romper com a tradição pictórica e criar uma forma nova e pura de pintar, utilizando elementos de outros géneros artísticos próximos.
  • O cubismo. Nasceu e se desenvolveu na França entre 1907 e 1917 por pintores como Pablo Picasso e Georges Braque, entre outros. Foi uma tendência pictórica essencial no contexto da vanguarda, pois lançou as bases para o surgimento de outros movimentos posteriores. Seu preceito básico era que a obra representasse a realidade por meio de elementos geométricos, mas ao mesmo tempo abandonasse as perspectivas tradicionais e se permitisse olhar as coisas com “o olhar do artista”.
  • futurismo. Foi um dos movimentos iniciais da vanguarda, que nasceu na Itália em 1909 pelo poeta Filippo Tommaso Marinetti. Teve uma história curta, mas foi um movimento influente na vanguarda vindoura. O seu postulado essencial consistia na exaltação da sensualidade, do nacionalismo e do culto às máquinas. O futurismo entendia a realidade como algo em movimento e rejeitava as considerações estéticas e filosóficas tradicionais. Em muitos aspectos, foi um movimento próximo do fascismo italiano.
  • Dadaísmo. Surgiu em Zurique, na Suíça, entre 1916 e 1922. Foi um movimento principalmente literário, cujos maiores expoentes foram os poetas Tristan Tzara e Hugo Ball. Sua premissa era atacar a linguagem e obrigar a literatura a renovar seus modos de dizer, por meio do uso de palavras e sons sem lógica aparente. Este princípio foi posteriormente transferido para as artes plásticas, através da utilização de materiais inusitados.
  • O surrealismo. Considerada uma cisão do dadaísmo, surgiu na França por volta de 1920, pelas mãos do poeta André Bretón, mas depois se espalhou para diversas artes, principalmente a pintura. Inspirados no trabalho psicanalítico de Sigmund Freud, os surrealistas propuseram-se a expressar o inconsciente, ou seja, os setores obscuros da mente humana, através de métodos de criação artística o menos conscientes possível. A ideia era emular o sonho na obra de arte, fosse ela uma pintura, um poema ou um filme.

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Referências

  • “Vanguarda” no Dicionário da Língua da Real Academia Espanhola.
  • “Etimologia vanguardista” no Dicionário Etimológico Online Espanhol.
  • “Sobre o conceito de vanguarda, ascensão e declínio” de Alejandro Guzmán em Reaxión, revista de divulgação científica (ano 3, nº 1, set-dez 2015).
  • “Avant-Garde” no Museu TATE (Reino Unido).
  • “Vanguarda” no Dicionário Britannica.