Sofistas

Explicamos quem eram os sofistas na filosofia e sua relação com Sócrates. Além disso, o que é um sofista hoje.

sofistas
Os sofistas eram filósofos da Grécia antiga.

Quem foram os sofistas?

Os sofistas eram um grupo de estudantes e professores de retórica (a arte da fala) que viveu principalmente em Atenas durante os séculos V e IV aC. c.

Os sofistas não eram um grupo homogêneo: cada professor pregava e ensinava à sua maneira, sem um conjunto de regras ou princípios a seguir. Os sofistas mais famosos são Protágoras (485 – 411 a.C.) e Górgias de Leontinos (483 – 375 a.C.), que ainda hoje é conhecido por suas obras. Sobre a Natureza ou o Não-Ser sim Comenda de Helena.

Tanto Protágoras como Gorgias Eles tinham Sócrates, Platão e Aristóteles como oponentes filosóficos.. Ambos aparecem como personagens em diversas obras de Platão e também foram acusados ​​de persuadir o público e as assembleias políticas em seu próprio benefício.

História e etimologia do termo “sofista”

A palavra “sofista” vem do grego sofistasformado pela união deSofia“sabedoria” e sofisticar, “sábio”. Eles não eram considerados professores de sabedoria, mas profissionais de conhecimento e eloqüência.

Mas como os poetas e filósofos cobravam pelos seus serviços, foram acusados ​​de perseguir através do debate não a verdade, mas apenas a vitória argumentativa, mesmo através de métodos de pensamento falaciosos ou desonestos, uma afirmação feita contra eles pelos seus contemporâneos, como Píndaro (c. 518–438 AC) ou Sócrates (470–399 AC).

Do século V aC. C., o termo sofista passou a ser utilizado no sentido de fraude ou charlatão. Isto se aplicava não apenas aos filósofos, mas também aos escritores, poetas, oradores e professores de retórica.

Sofistas mais importantes

Alguns dos principais sofistas da tradição grega foram:

  • Protágoras de Abdera (c. 485–c. 411 AC). Ele foi um pensador grego, viajante e professor de retórica. Ele viajou pelo país cobrando altas taxas para ensinar, por exemplo, o uso correto das palavras. Protágoras ficou famoso por ensinar que “O homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são enquanto são, daquelas que não são enquanto não são”. Platão dedicou-lhe um de seus diálogos, chamado Protágoras.
  • Górgias de Leontinos (483–375 AC). Foi discípulo de Empédocles e familiarizado com o pensamento de Zenão de Eleia e Parmênides. Ele foi respeitado como filósofo até mesmo por seus detratores. Alguns atribuem a ele o papel de pai da oratória e fundador da epidítica, que é uma forma de discurso que elogia ou censura uma pessoa. Suas obras mais conhecidas são Sobre a Natureza ou o Não-Ser e ele Comenda de Helena.
  • Pródico de CEOs (465–395 AC). Ele foi um sofista da primeira geração e contemporâneo de Sócrates, cujos ensinamentos se concentravam na gramática e na retórica. Nenhuma de suas obras sobreviveu até hoje, mas existem inúmeras referências a ele em obras de outros autores. Entre seus interesses estavam astronomia, linguagem, ética e religião.
  • Hipias de Élide (c. 460–c. 400 AC). Foi um notável geômetra, descobridor da quadtrix, com a qual respondeu aos problemas centrais da geometria grega. Ele também é creditado com uma grande memória e com a invenção de inúmeras regras mnemônicas.
  • Trasímaco de Calcedônia (459–400 AC). Pouco se sabe sobre a vida deste sofista, que aparece nos diálogos platônicos e nos República de Platão, particularmente nas reflexões sobre o papel da justiça. Existem algumas referências a ele na obra de Clemente de Alexandria.

Sócrates e os sofistas

Sócrates acreditava que os sofistas eram seus inimigos intelectuais. Embora considerasse Górgias e Protágoras verdadeiros filósofos, o significado negativo do termo “sofista” se deve a ele e a Platão. As principais razões desta inimizade podem ser resumidas nos seguintes pontos:

  • Os sofistas cobravam pelo ensino de seus conhecimentos e pelo acesso à “verdade”, enquanto Sócrates conversava de graça com qualquer ateniense que estivesse disposto a fazê-lo.
  • Os sofistas possuíam conhecimentos enciclopédicos e utilizavam o debate como método de ensino, enquanto Sócrates acreditava no diálogo e orientava perguntas e respostas como método de ensino.
  • Para os sofistas, a tarefa principal era a persuasão dos outros, através de argumentos lógicos ou truques (argumentos falsos) destinados a excitar o seu público, enquanto Sócrates estava firmemente comprometido com a busca da verdade.
  • Em geral, os sofistas eram críticos da tradição religiosa grega; enquanto Sócrates era devotado à lei e sentia-se fortemente ligado a Atenas e às suas tradições.

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Uso atual do termo “sofista”

O significado geral do termo sofista corresponde ao de charlatão ou malabarista conceitual. No entanto, alguns pensadores contemporâneos, como Michel Onfray ou Giorgio Colli, afirmam a importância dos sofistas na tradição do pensamento ocidental.

Os tratados de Protágoras e Górgias são antecedentes filosóficos das concepções atuais da linguagem e do uso das palavras. Já Nietzsche, no século XIX a.C. C., disse que, em vez de Sócrates e Platão, os sofistas foram os verdadeiros primeiros filósofos da antiguidade grega.

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Referências

  • Guthrie, W. (1953). Os filósofos gregos. De Tales a Aristóteles. FCE.
  • Guthrie, W. (2012). História da filosofia grega II. Os sofistas, Sócrates e o primeiro Platão. Gredos.
  • Guthrie, W. (1994). História da Filosofia Grega, Vol III. Século V.. Gredos.
  • “Sofismo” em https://www.philosophybasics.com/
  • “Sofista (Filosofia)” em https://www.britannica.com/