Sinal linguístico

Explicamos o que é o signo linguístico e os diversos elementos que o compõem. Além disso, suas características e os tipos de signos existentes.

Sinal linguístico
Cada signo é uma representação convencional da realidade.

Qual é o signo linguístico?

Um signo linguístico é chamado a unidade mínima de comunicação verbal, parte de um sistema social e psíquico de comunicação entre os seres humanos, que conhecemos como linguagem. Este mecanismo atua substituindo as coisas na realidade por signos que as representam e, no caso da linguagem verbal, por signos que podemos receber através dos sentidos e depois decodificar e interpretar para recuperar uma mensagem original.

Cada signo é uma representação convencional da realidadeque faz parte de um sistema social convencional de substituições: no caso da linguagem verbal, é a palavra para a coisa, ou melhor: um som específico para a impressão que a coisa a que se refere deixa na mente.

Por outro lado, o signo linguístico aparece como parte de uma cadeia falada, na qual um signo segue outro, utilizando silêncios para separar os conjuntos ordenados de signos que compõem, por exemplo, uma palavra. É por isso que as línguas têm uma lógica, uma sequência, uma forma de organizar a informação que chamamos sintaxe.

O signo linguístico foi objeto de estudo de Ferdinand de Saussure e Charles Sanders Peirce no século XIX, cujos estudos lançaram as bases para a linguística moderna posterior. A obra Curso de lingüística general de Saussure é uma referência obrigatória sobre o assunto.

Veja também: Léxico

Elementos do signo linguístico

Os elementos do signo linguístico, conforme definido por Saussure, são dois:

  • Significante. É a parte material do signo, aquela que proporciona a forma e isso é reconhecível através dos sentidos. No caso da linguagem falada, esta é a imagem mental (a imagem acústica) dos sons articulados e aéreos necessários para comunicar o sinal.
  • Significado. É a parte imaterial, mental, social e abstrata do signo linguístico, que faz parte daquilo que é comunalmente contemplado na língua (e que é patrimônio de todos), mas também das capacidades expressivas do indivíduo (seu léxico individual ). O significado seria a imagem psíquica ou o contente que é transmitido através da linguagem.

Tanto o significante quanto o significado são facetas recíprocas do signo, ou seja, precisam um do outro como os dois lados de uma folha de papel. Portanto, não é possível separá-los, nem administrar um sozinho. Esse tipo de relacionamento é conhecido como dicotomia.

Mais em: Significado e significante

Pierce, por sua vez, atribuiu três faces ao signo linguístico, como um triângulo:

  • Representam. É assim que se chama aquilo que se encontra no lugar do objeto real, ou seja, aquilo que se encontra representando a coisa: uma palavra, um desenho, são formas de representação.
  • interpretação Todo signo exige que alguém o leia ou ouça e capte os significados do signo, que é necessariamente dirigido a alguém. Este é o interpretante: a visão mental que os indivíduos que comunicam fazem do representamen.
  • Objeto. É a realidade concreta que se deseja representar, ou seja, aquela em cujo lugar se encontra o signo linguístico.

Características do signo linguístico

Segundo os estudos de Saussure, o signo linguístico possui certas características:

  • Arbitrariedade. A relação entre significado e significante é, geralmente, arbitrária, isto é, convencional, artificial. Não há relação de semelhança entre os sons que compõem uma determinada palavra (diga: Cielo) e o significado específico que procuram transmitir (a ideia de céu). É por isso que as línguas devem ser aprendidas.
  • Linearidade. Como dito anteriormente, os significantes da linguagem verbal fazem parte de uma cadeia de signos cuja ordem importa para que possam ser compreendidos corretamente. Isso é entendido como um caráter linear: os sons que compõem uma palavra aparecem em linha, ou seja, um na frente do outro, não todos ao mesmo tempo, nem de forma desordenada: Cielo não é equivalente a ociel.
  • Mutabilidade de imutabilidade. Isto significa que o signo linguístico pode vez: mudar, adquirir novos significados, movimentar o vínculo específico entre significado e significante, mas desde que o faça ao longo do tempo. Um exemplo disso é a etimologia: a origem das palavras modernas a partir das antigas, que mudam lentamente. Mas ao mesmo tempo tende a permanecer imutável: dentro de uma determinada comunidade e num momento específico da história, a relação entre significado e significante tende a ser estática. Um exemplo disso é que não podemos alterar as palavras da nossa língua e impor esse uso aos demais falantes dela.

Tipos de sinais

Símbolos
Emblemas religiosos são considerados símbolos.

Segundo Peirce, existem três tipos diferentes de signos, de acordo com a relação entre o objeto e seu interpretante:

  • Índices. O signo tem algum tipo de relação lógica, causal e de proximidade com seu referente real. Por exemplo: as pegadas de um cachorro no chão remetem à presença do animal.
  • Ícones. Nesse caso, o signo se assemelha ao que representa, ou seja, possui uma relação mimética ou semelhante. Por exemplo: uma onomatopeia do som de um animal.
  • Símbolos. São eles que apresentam a relação mais complexa entre o objeto e o referente, pois é totalmente cultural, arbitrária. Por exemplo: emblemas religiosos, bandeiras, brasões.

Referências

  • “Sinal linguístico” na Wikipedia, The Free Encyclopedia.
  • “Resumo: Saussure” no material UBA CBC.
  • “O signo segundo Peirce” in Oficina de Comunicação.