Ser

Explicamos o que é o ser para a filosofia e a linguística. Além disso, o conceito unívoco e o conceito analógico de ser.

ser
Ser é um conceito filosófico fundamental, referindo-se a objetos ou a todos os tipos de seres vivos.

O que será?

O que faz as entidades serem é chamado de “ser”.. Isto é, as entidades “são” porque participam do ser, assim como, por exemplo, quem dorme participa do “dormir”. Uma entidade é tudo o que “é”, por exemplo: um banco, um urso, um carro, um palhaço ou um unicórnio.

Ser é um dos conceitos mais gerais e, portanto, fundamentais da filosofia. Isso significa que é um dos mais complexos de definir. Geralmente, Com a palavra “ser” nos referimos a tudo o que existe, isto é, a realidade ontológica das coisas. Por “realidade ontológica” devemos entender tudo o que existe. Ontologia é uma disciplina filosófica que estuda o ser como uma entidade.

De acordo com a tradição filosófica, existem dois conceitos de ser:

  • Conceito unívoco de “ser”. É a característica mais geral de todas as entidades ou coisas, ou seja, aquela que permanece e é comum a todos sem distinção, uma vez removidas todas as suas características particulares e individuais. É o oposto do essência.
  • Conceito analógico de “ser”. É aquilo que todas as coisas possuem, mas de uma forma diferente; para que nisso tudo coincida e tudo seja diferente. A única coisa que pode estar fora do ser, nesse sentido, é o nada.

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Discussões em torno do conceito

Muitas vezes, para compreender o conceito de ser, deve-se contrastá-lo com o conceito de ser ou entidade. Martin Heidegger, um filósofo alemão do século XX, afirma que “o ser é sempre o ser de uma entidade”, uma vez que todos os seres são necessariamente entidades. Para a gramática, deve-se distinguir “ser”, infinitivo que expressa o ato de ser, de “entidade” como particípio presente que nomeia aquilo que é.

Muitos filósofos tentaram chegar a uma definição de “ser”. Um dos primeiros foi Parmênides, que definiu o ser como aquilo que existe em contraste com o “nada”. Platão associava o ser à ideia ou forma, enquanto Aristóteles sustentava que o ser deveria ser entendido como substância, um composto indissolúvel de matéria e forma.

Para Aristóteles, o ser poderia ser dito de várias maneiras, seja como categorias (tempo, lugar, sofrimento), acidente, ato, poder, verdade e falsidade. Isto sugere que, antes de perguntar “o que é ser?”, deve-se especificar o significado em que se pergunta.

Em 1927, Martin Heidegger publicou Ser e tempo, uma das obras filosóficas mais importantes do século XX. Lá ele voltou ao problema do ser, acusando a filosofia, e especialmente a metafísica, de “esquecer o ser”. Para Heidegger, o ser é o que torna os seres enquanto seres: se os seres são a coisa ou “o que [es]”, ser é o que torna possível que tudo “que” seja. Por outras palavras, o ser é a forma ou o significado do ente, o que o determina como tal, o que, por outro lado e segundo Heidegger, é a sua temporalidade: o ser é como horizonte temporal.

“Ser” em linguística

Em linguística, ser é tudo o que se expressa por meio de um infinitivo verbal. Existem quatro usos de “ser” como verbo predicativo:

  1. Como parte de expressões feitas.
  2. Como sinônimo de “acontecer”, acontecer, “acontecer”.
  3. Como um verbo impessoal.
  4. Como sinônimo de “existir”.

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Referências

  • Rivera, JE e Heidegger, M. (1998). Ser e tempo. Santiago do Chile, Editora Universitária.
  • Berti, E. (2011). Ser e tempo em Aristóteles. Buenos Aires: Biblos.
  • Aristóteles, & Yebra, VG (1970). Metafísica. Gredos.
  • Carpio, A. (1974). princípio de filosofia. Eudeba.
  • “Ser” na Wikipédia.
  • “Ser (filosofia)” em Enciclopedia.us.