Explicamos o que são regionalismos na língua, na literatura e na política. Além disso, exemplos de regionalismos linguísticos.
O que são regionalismos?
Em linguística, regionalismos são aquelas palavras ou construções sintáticas características de um lugar geográfico específicoe que, portanto, fazem parte da identidade linguística dos seus habitantes ou colonos.
Geralmente, os regionalismos consistem em variações lexicais, ou seja, nomes diferentes para as mesmas coisas. Assim, são evidências da riqueza linguística de uma determinada língua, em que um mesmo referente possui inúmeras palavras.
É claro que os regionalismos são considerados como tal porque diferem da norma da linguagem padrão, determinada pela sua tradição ou pelos seus aspectos comuns a outras variedades. Ou seja, uma palavra ou uso é considerado regionalismo por quem não a utiliza, mas para quem a utiliza habitualmente é apenas mais uma palavra comum.
Há espaço para debate sobre qual seria a “norma” de uma língua, visto que ela é falada de forma diferente em cada comunidade linguística. Todos consideram “normal” o uso da língua, sem que isso signifique que a forma como quem vive no país vizinho a utiliza seja “incorreta” ou “especial”. É melhor compreender que a norma ideal de uma língua não existe ao nível da realidade, mas apenas como uma abstração coletiva.
Por outro lado, os regionalismos linguísticos podem fazer parte dos aspectos defendidos pelo nacionalismo político e pelas identidades culturais. No entanto, são simplesmente uma prova de como as línguas permitem aos seus falantes uma importante margem de originalidade, criatividade e personalização do sistema.
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Exemplos de regionalismos linguísticos
Abaixo estão alguns exemplos de regionalismos no idioma:
Regionalismos de México (o mexicanismos):
- Caminhão, trólebus ó pesar para “ônibus”.
- Chamacos, escuínculos, pessoal para “crianças” ou “meninos”.
- Amigos ó bússola para “amigos” ou “colegas”.
- Padre ó paixão para o bem.”
- Lana por dinheiro.”
- Está morto “pouco dinheiro.
- Chamba para trabalho”.
- Tiras, chotas ó Júlia para “polícia”.
- Pirado ó brincou para “louco”.
Regionalismos de Argentina (o argentinismos).
- Colectivo para “ônibus”.
- Crianças para “crianças” ou “meninos”.
- Prata ó barbante por dinheiro.”
- Trabalho para trabalho”.
- Bárbaro ó Piola para o bem.”
- Garrón ó fagote “pouco dinheiro.
- Gauchada por “favor”.
- Embolia para “aborrecimento” ou “tédio”.
- Birôme para “caneta”.
- Canchero para “confiante”.
- A comunidade para “engano” ou “manipulação”.
- Isso mesmo para “má qualidade”.
- Tombos ó TERRA para “polícia”.
Regionalismos de Venezuela (o venezolanismos).
- Caminhões, ônibus ó ônibus para “ônibus”.
- Carajito, chamo ó camito para “criança” ou “menino”.
- Até Para o amigo”.
- Prata, biyuyo ó força por dinheiro”.
- Ladilha ó caligüeva para “aborrecimento” ou “tédio”.
- Arrecho para “irritante”.
- Uma ferramenta para “ruim” ou “de má qualidade”.
- Chirre para “avarento” ou “malvado”.
- Até ó legal para o bem.”
- Paços ó tombos para “polícia”.
Regionalismo literário
No campo literário também é possível observar regionalismos linguísticos, principalmente em histórias que aspiram retratar a sociedade, como as classificadas na literatura realista ou costumbrista. No entanto, o termo “regionalismo” ou “regionalista” também é usado em dois sentidos muito específicos na literatura latino-americana:
- Literatura regionalista no sentido de que cada nação latino-americana representa uma região literária com identidade própria e na qual seus localismos têm um grande papel.
- O romance “regionalista” o “regional” que tenta representar fielmente a realidade das regiões rurais latino-americanas, especialmente as indígenas (abrangendo assim o chamado “romance indigenista”).
Regionalismo político
Por outro lado, na política, o “regionalismo” é conhecido como uma ideologia e um movimento político, identificado com o autonomismo, cujas propostas perseguir a independência política, económica e social de unidades geográficas étnica, cultural ou socialmente homogéneasisto é, das regiões de um país, apesar de reconhecer o poder político superior do governo nacional.
O poder central de uma nação normalmente coexiste com os seus poderes regionais, de acordo com diferentes modelos de governação, mas por vezes é possível que divergências, desigualdades e outros factores culturais que alimentam os regionalismos conduzam a desejos de independência.
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Referências
- “Regionalismo” na Wikilengua em espanhol.
- “Palavras que surpreendem os compatriotas: regionalismos lexicais” na Academia Argentina de las Letras.
- “Regionalismo” no Dicionário da Língua da Real Academia Espanhola.
- “Regionalismo literário: história e crítica de um conceito problemático” na Biblioteca Digital da Universidade Nacional de Cuyo (Argentina).
- “Regionalismo” na Wikipedia.