Paronomasia

Explicamos o que é a paronomasia como figura literária, sua origem, como fazê-lo e vários exemplos. Além disso, outras figuras literárias.

paronomasia
A paronomasia combina palavras com significados diferentes, mas com pronúncias semelhantes.

O que é paronomasia?

Paronomasia, paranomasia ou prosonomasia é uma figura literária de tipo fônico (ou seja, que trabalha com o som das palavras), e que consiste no uso de parônimos na frase, ou seja, palavras com significados diferentes, mas com pronúncias muito semelhantes. É um recurso muito utilizado na escrita poética, com fins recreativos e satíricos, bem como em provérbios e ditados populares.

O termo paronomasia vem do latim paronomasia e este do grego παρονομασία, por se tratar de um recurso muito antigo, sobre o qual falaram gramáticos romanos como Diomedes e Carísio (ambos do século IV), e antes deles o próprio Cícero (106-43 aC). Já no mundo moderno era comum entre os conceptistas do século XV e no barroco espanhol do século XVII, como parte dos seus jogos de palavras para fins burlescos.

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Como fazer uma paronomasia?

A paronomasia consiste no jogo de sons entre palavras semelhantes, que aparecem sucessivamente na frase, dando a impressão de que algo está se repetindo. Então, Basta trocar uma vogal e/ou consoante na mesma palavra para obter um parônimoe o desafio é utilizá-los de tal forma que não só façam sentido, mas também tenham humor: que introduzam uma piada ou uma zombaria em relação ao que foi dito.

Por exemplo, se pegarmos a palavra “passo”, podemos encontrar seus parônimos “peso” e “bem”, que embora soem semelhantes têm significados totalmente diferentes, e construir uma frase como a seguinte: “Pedro dá um passo ruim para um peso e cai num poço”, significando de forma oculta que Pedro sofre de um apego excessivo ao dinheiro.

Exemplos de paronomasia

Abaixo estão alguns exemplos de paronomasia de autores literários:

  • “Na boa república o padre nãoO fazendeiro Compramos e o cavaleiro luta” (Fray Antonio de Guevara)
  • “Pouca coisa vai jogo a fogo / brincando acho que vou me queimar” e “De marido a tonto sem chance?” (Tirso de Molina)
  • “A mão branca e bela, / belo e branco oficial de justiça / da liberdade e da bolsa, / é de neve e de não é legal”(Góngora)
  • “Ele ouriço do mar com írisse ouriçose riza de risa” (Otávio Paz)
  • “É parede é mero parede está mudo Mira morra”(Alejandra Pizarnik)
  • “E homem a ombros do medo” (Blas de Otero)

Outras figuras literárias

Além da paronomasia, existem outras figuras literárias, como:

  • Sinestesiaque consiste em misturar as sensações visuais, auditivas, táteis ou gustativas descritas no texto, de forma semelhante à metáfora.
  • O hiperbatonque consiste na alteração da sintaxe ordinária da frase, a fim de obter efeitos expressivos poderosos ou alcançar uma rima desejada.
  • O Assíndetoque consiste em suprimir ou omitir os links que normalmente seriam utilizados em uma enumeração, para obter um ritmo específico por meio de pausas.
  • O polissíndetoao contrário do anterior, que introduz ligações em todos os termos de uma enumeração, mesmo onde normalmente não apareceriam, para conseguir uma repetição de maior som.
  • O paralelismoque consiste na repetição da mesma estrutura sintática em diversas frases ou sentenças, para obter um efeito rítmico e sequencial.

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Referências

  • “Paronomasia” na Wikipédia.
  • “Paronomasia” no Dicionário Pan-Hispânico de Dúvidas da Real Academia Espanhola.
  • “Paronomasia” no Dicionário Enciclopédico Espanhol Online.