“Bible” é uma faixa profunda que explora temas de criação, queda e reflexão. Não se trata de uma pessoa, mas de uma narrativa que abrange a existência e o eventual declínio de uma civilização. O compositor recorre a alegorias bíblicas, comparando a história da criação com a ascensão e queda de uma Babilônia metafórica. É um comentário sobre o progresso humano e as suas consequências, questionando o nosso papel e as nossas responsabilidades face às mudanças do mundo. A música é um alerta, uma reflexão sobre como nossas ações moldam nosso meio ambiente e futuro.
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Significado das letras da “Bíblia”
Em “Bíblia”, Ghost tece uma narrativa que espelha a história bíblica da criação com a evolução da civilização. Cada versículo corresponde a um 'dia' da criação, mas com uma reviravolta, refletindo sobre o progresso humano e suas eventuais consequências.
O primeiro versículo prepara o cenário – um mundo à espera de ser preenchido, ecoando o relato bíblico da criação. A 'voz do alto' sugere a intervenção divina, iniciando o nascimento da vida. Esta alegoria da criação estende-se ao nascimento da humanidade, simbolizado pela frase: “À sua imagem esta voz fez um homem e uma mulher”. É uma homenagem às nossas origens e ao início da história humana.
À medida que a música avança, testemunhamos a ascensão da civilização. A criação do fogo, a construção de muros e a expansão dos reinos significam o avanço humano. Mas com o progresso vem a arrogância, simbolizada pelos muros crescentes que bloqueiam a natureza e a voz divina.
A mudança para “cidades metálicas” e a transformação da Primavera em Outono retratam um mundo que perde a ligação com a natureza. A chuva que “continua a cair para sempre” simboliza a mudança e a decadência implacáveis, sugerindo a degradação ambiental e a perda da inocência.
O refrão: “Agora quem orará pela Babilônia?” é uma pergunta comovente. Pergunta quem lamentará a queda de uma outrora grande civilização, agora uma metáfora para o nosso próprio mundo. A batida dos tambores simboliza o inevitável colapso das sociedades que ignoram o equilíbrio com a natureza.
À medida que a música termina com um retorno ao silêncio e à voz do julgamento, ela apresenta um aviso severo. As linhas finais, emprestadas diretamente da Bíblia, refletem o arrependimento e o potencial de autodestruição. É um chamado à introspecção e um lembrete da nossa responsabilidade para com o planeta.
A história por trás da “Bíblia”
O compositor, inspirado nos temas duplos da criação e da destruição, procurou captar a essência da história humana e a sua natureza cíclica. É um reflexo das preocupações do próprio artista sobre a nossa trajetória social e ambiental. A estrutura narrativa da canção, refletindo os sete dias da criação, foi uma escolha artística para enfatizar o paralelo entre os eventos bíblicos e a história humana. Cada 'dia' da canção representa uma fase significativa na jornada da civilização, desde o início até o seu apogeu e eventual declínio.
O uso da Babilônia como metáfora é deliberado. Historicamente, a Babilônia foi um símbolo tanto de imenso poder quanto de eventual ruína. Para o compositor, é uma representação das conquistas da sociedade moderna e da sua potencial queda devido à arrogância e ao desrespeito pela natureza.
O estado emocional do escritor durante a criação da “Bíblia” parece ser de reflexão e preocupação. Há um senso de urgência nas letras, um chamado para reconhecer e corrigir nosso rumo antes que seja tarde demais. A música não é apenas uma história sobre o passado; é um aviso sobre o futuro.