Explicamos o que é o dogmatismo na filosofia, seus representantes e sua relação com o ceticismo. Além disso, dogmas em outras áreas.
O que é dogmatismo?
Dogmatismo é uma posição filosófica que Opera com conceitos e fórmulas que são aceitos sem questionamentos.
Os conceitos e fórmulas do dogmatismo são chamados de “dogmas”. Um dogma é uma declaração ideia aceita como verdadeira sem crítica ou exame e sobre a qual um sistema filosófico é construído. Dogmático é aquele que aceita o dogma e incentiva os outros a procederem de acordo com o que está estabelecido.
O dogmatismo pode ser definido como a inclinação para os dogmas, ou seja, para exigir que uma verdade seja aceita sem possibilidade de questionamento.
No campo religioso, dogma é uma afirmação considerada verdadeira porque foi revelada por Deus. Os dogmas religiosos devem ser reconhecidos pela Igreja ou pela instituição correspondenteO dogma constitui um objeto de fé obrigatório para todo crente.
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Etimologia e história
Dogmatismo leva o nome da palavra “dogma”, que vem do grego. dogma e significa “opinião filosófica” ou “opinião de princípio”.
Sexto Empírico (160-210), filósofo romano, usou o termo “dogmático” para falar sobre filósofos acadêmicos (dogmático)—como Aristóteles e os epicuristas—. Estes diferiam dos céticos (céticos), como Pirro (360-270 a.C.), que não acreditava na existência da verdade.
Os dogmáticos acreditavam que a verdade era algo inquestionável, em sua posse, enquanto os céticos questionavam a verdade..
Com a chegada do Cristianismo ao Ocidente, o termo “dogma” continuou a ser usado para falar sobre as verdades da fé. A partir do Concílio de Trento (1545-1563), as autoridades eclesiásticas estabeleceram como dogmas as verdades reveladas por Deus e reconhecidas pela Igreja.
Atualmente, dogmático é alguém que se rege por uma série de premissas indiscutíveis, rígidas e inamovíveis, na maioria das vezes em relação a uma crença religiosa.
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Tipos de dogma
Dogmático tem significados diferentes dependendo do uso que lhe é dado. Assim, existem dogmas religiosos, jurídicos e científicos, entre outros.
- Dogma religioso. É toda ideia sobre Deus considerada verdadeira e inabalável. Não se pode exigir provas do verdadeiro carácter de um dogma religioso. Por exemplo, a Igreja Católica afirma que Deus é uma trindade, composta por pai, filho e espírito santo, e esta é uma verdade que não é questionada.
- Dogma jurídico. É qualquer ideia de natureza jurídica, vinculada ao direito. Dogmas jurídicos são abstrações de normas jurídicas, que são as normas que permitem o funcionamento do sistema jurídico de cada país. Por exemplo, numa Constituição costuma haver uma parte dogmática na qual são estabelecidos os direitos básicos que devem ser aceitos.
- dogma científico. É qualquer teoria que descreve fenômenos observáveis e quantificáveis que são aceitos pela comunidade científica sob um determinado paradigma. Por exemplo, a teoria da gravidade funciona como um dogma científico em todos os sistemas de pensamento.
Dogmatismo e ceticismo
Dogmatismo e ceticismo são posições antagônicas.
Nos tempos antigos, eram movimentos filosóficos contrários. Embora os céticos sustentassem que é impossível alcançar a verdade sobre o mundo, dogmáticos acreditavam na razão como forma de acessar a verdade.
Porém, algumas formas de ceticismo têm doses de dogmatismo. Por exemplo, a suspensão do julgamento proposta por Pirro (360-270 a.C.), que é um método cético para lançar dúvidas sobre verdades comuns, costuma aparecer junto com a tese ontológica (em relação ao ser) de que a realidade é indeterminada, o que é considerada uma afirmação dogmática.
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Representantes do dogmatismo
Nos tempos antigos, um dos mais famosos representantes da escola do dogmatismo foi Zenão de Cítio (333-264 a.C.), fundador do Estoicismo, cujo pensamento foi inspirado na obra de Heráclito, Platão e Aristóteles.
Outros filósofos importantes associados ao dogmatismo foram Contos de Mileto (c. 624 – c.546 a.C.), Anaximandro (c. 610-545 a.C.), Anaxímenes (c. 590-525 a.C.) y Pitágoras (c. 569-c.475).
Blaise Pascal (1623-1662), junto com Emanuel Kant (1724-1804) e René Descartes (1596-1650), foram considerados, na Modernidade, filósofos ou pensadores dogmáticos.
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Referências
- Defez, A., Munoz, J., & Velarde, J. (2000). Dogma, dogmatismo e ceticismo. Compêndio de Epistemologia, 188-191.
- Ayala-Fuentes, M. (2008). Relativismo e dogmatismo: causas e consequências. Pessoa e bioética, 12(2), 118-131.
- Chiesara, ML (2007). História do ceticismo grego (Vol. 54). Siruela.