Direito bancário

Explicamos o que é o direito bancário, quais as operações que regula e quais são as suas regras. Além disso, dizemos por que isso é importante.

As empresas de transferência de dinheiro também são regidas pela legislação bancária.
O direito bancário regula a prática bancária, os contratos e as operações financeiras.

O que é direito bancário?

Direito bancário É um ramo do direito responsável por estudar e legislar matérias relacionadas com as boas práticas bancárias., isto é, as questões de empréstimo formal de dinheiro e venda de seguros e instrumentos financeiros. Esses assuntos são geralmente classificados em três tipos:

  • Operações passivas ou de captação de depósitosem que uma organização bancária recebe e guarda dinheiro de pessoas físicas em contas correntes, de poupança, de investimento, etc., e em troca lhes dá uma porcentagem dos juros acumulados com o empréstimo de seu dinheiro.
  • Operações ativas ou empréstimos e créditos bancáriosem que uma organização bancária fornece uma quantia solicitada de dinheiro como empréstimo a um indivíduo, em troca da cobrança de uma determinada taxa de juros.
  • Operações neutras ou serviços bancáriosem que uma organização bancária permite aos seus clientes realizar cobranças, transferências, depósitos, investimentos e outros tipos de serviços dos quais o banco não obtém necessariamente dividendos.

O direito bancário tem antecedentes na legislação da Roma Antiga (direito romano), pois naquela época eram impostas certas regras ao empréstimo de dinheiro. Contudo, dada a importância da banca no mundo capitalista contemporâneo, o direito bancário cresceu em importância e hoje preocupa-se não só em regular o exercício profissional da banca, mas também nos contratos e nas operações bancárias e financeiras.

Por esta mesma razão, no estudo do direito há um amplo debate sobre se o direito bancário pertence ao direito público ou ao direito privado. Embora as operações bancárias tenham começado na Renascença como uma forma de iniciativa empresarial privada, no mundo de hoje constituem uma parte central da economia das nações e estão sob estreita observação dos Estados. É por esta razão que o sector público tem muitas vezes de intervir em crises bancárias para poupar o dinheiro dos poupadores e evitar uma catástrofe social.

Estas e outras particularidades fazem do direito bancário um dos ramos mais técnicos do direito atual, especialmente complexo para quem desconhece conceitos e terminologia jurídica básica. Na verdade, o direito bancário normalmente possui regulamentações específicas para cada tipo de instituição bancária existente.

Importância do direito bancário

Os clientes bancários realizam operações no âmbito do direito bancário.
A lei bancária protege o dinheiro que os cidadãos depositam nos bancos.

Direito bancário É de importância crucial no funcionamento das economias capitalistas modernas, nas quais o fluxo de dinheiro é contínuo e constante e gera novos dividendos provenientes de empréstimos e especulação. Os setores bancário e financeiro são alguns dos maiores atores económicos de uma nação, e estão intimamente ligados à dinâmica do consumo, num mundo cada vez mais tecnológico e informatizado.

Assim, por exemplo, os cartões de débito e de crédito, as transferências electrónicas e outros instrumentos de pagamento dependem directamente dos serviços prestados pelos bancos, sem os quais as pessoas dependeriam exclusivamente da acumulação de dinheiro.

Os bancos proporcionam uma margem de segurança às operações comerciais e financeiras e permitem a acumulação em condições mais seguras, mas precisamente por esta razão, exigem supervisão adequada e leis claras e formais.uma vez que o dinheiro que aparece nos bancos é, precisamente, o dinheiro dos cidadãos que a lei deve proteger.

Regras do direito bancário

Não sendo um dos ramos clássicos do direito, o direito bancário Não é regulamentado por um órgão regulador específico, mas é considerado parte do direito comercial.embora muitas das suas interações com o Estado sejam reguladas pelo direito administrativo.

Dada esta natureza complexa, o direito bancário enquadra-se num conjunto de regras específicas para diferentes orientações jurídicas, tais como:

  • Normas constitucionais, recolhido no documento fundamental da ordem jurídica de um país (a Constituição Nacional ou Carta Magna). Geralmente delimitam os poderes do Estado em matéria de moeda, gestão de crédito, banca e seguros.
  • Padrões comerciaisinerentes ao direito comercial e ao código comercial, regulam a prática empresarial e, portanto, afetam os bancos, uma vez que a maioria são entidades privadas com fins lucrativos.
  • Regras administrativasdeterminam as obrigações financeiras destas entidades, para garantir certas margens mínimas de transparência e supervisão do Estado.
  • Regras fiscaisincluídos nos códigos fiscais e controlados pelas instituições fiscais, garantem o cumprimento pelos bancos das suas obrigações para com o Estado.
  • Regulamentos criminaisprevistos no código penal, impõem sanções às organizações e indivíduos ligados à atividade bancária que não cumpram as regras básicas das boas práticas profissionais e comerciais e da convivência saudável.
  • Normas trabalhistasdeterminar os deveres e direitos dos trabalhadores e empregados das instituições de crédito e financeiras.

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Referências

  • “Direito Bancário” na Enciclopédia Jurídica.
  • “Direito Bancário” no Dicionário Econômico de Expansión.com.
  • “Direito Bancário – parte 1” (vídeo) no Instituto Tecnológico de Monterrey (México).
  • “Direito bancário: considerações gerais” de José Luis García-Pita y Lastres no Repositório da Universidade da Corunha (Espanha).