Convencionalismo

Explicamos o que é o convencionalismo na filosofia e na linguística. Além disso, as convenções sociais e o que é o naturalismo.

Convencionalismo
Henri Poincaré foi o fundador do convencionalismo.

O que é convencionalismo?

O convencionalismo é um movimento filosófico e científico que afirma que as leis da ciência não descrevem a estrutura do mundo, mas são convenções úteis para prever eventos observáveis. Assim, a verdade nada mais é do que uma seleção arbitrária de axiomas e princípios.

O fundador do convencionalismo é Henri Poincaré (1854-1912), para quem a ciência consistia apenas em convenções. Pierre Duhem (1861-1916) e Edouard Le Roy (1870-1954) também eram convencionalistas.

O convencionalismo surgiu como uma variante do positivismo do século XIX próximo ao instrumentalismo de Ernst Mach, Stuart Mill e John Dewey.

A inspiração de Poincaré veio da matemática, descobrindo que as geometrias não euclidianas (que são todas geometrias que não seguiram as ideias de Euclides) de GFB Riemann e NI Lobachevski permitiram que a verdade matemática fosse interpretada como uma invenção da mente humana.

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Convencionalismo e Karl Popper

Karl Popper (1902-1944) foi um filósofo da ciência, famoso por ter escrito a teoria da falsificabilidade e o critério de demarcação. Em seus escritos Ele se referiu ao convencionalismo de um ponto de vista críticoembora soubesse reconhecer algumas de suas vantagens.

Para Popper, o que ele fez um convencionalista negaria que as propriedades do mundo pudessem determinar uma construção lógica. Pelo contrário, segundo ele, um convencionalista poderia sustentar que foi essa mesma construção lógica que determinou as propriedades do mundo e fez dele um mundo artificial.

Sim, bem A perspectiva popperiana sustenta que o convencionalismo é inaceitável, ele pôde reconhecer como superou o indutivismo. Isso ocorreu porque os convencionalistas entenderam como as teorias que postulavam entidades inobserváveis ​​não poderiam ser obtidas indutivamente. Por outro lado, os convencionalistas demonstraram a importância das decisões metodológicas na intervenção no desenho de experiências.

Convencionalismo em linguística

No campo do estudo da linguagem, fala-se de convencionalismo para se referir a uma corrente de filosofia da linguagem que defende a autonomia do significante em relação ao significadoisto é, sua arbitrariedade.

Isto significa que a relação que liga o conjunto de sons que é uma palavra (digamos: “árvore”) e O objeto que esta palavra designa (a árvore real) é totalmente artificiale responde a uma convenção e não a algum tipo de relacionamento natural ou espontâneo.

Nesse sentido, desde que o famoso linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) publicou o seu Curso de Lingüística Generala linguística estruturalista também é considerada convencionalista.

Convencionalismo e naturalismo

No campo da linguística, e mais especificamente no da filosofia da linguagem, existem duas posições contrárias relativamente à origem da linguagem e às suas formas:

  • Convencionalismo. Esta posição pressupõe que as palavras provêm do ato criativo humano, ou seja, são convencionais e artificiais. O signo linguístico é arbitrário e, portanto, a linguagem é uma convenção.
  • Naturalismo. Esta posição sustenta que a linguagem surgiu à medida que surgiram outras características da natureza dos seres vivos. Para eles, a linguagem em seus primórdios era verdadeira, justa e clara e, com o passar dos anos, nós, humanos, a degradamos e a distanciamos de sua essência. Esta posição é típica da antiguidade clássica, especialmente da antiguidade helênica, pois coincide com os pressupostos básicos da religião da Grécia Antiga. Crátilo (final do século V a.C.) foi um dos seus maiores defensores.

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Referências

  • Lucero, S. (2007). Revisitando o convencionalismo e o antirrealismo de Poincaré.
  • Convencionalismo. (2022, 28 de novembro). Publicação Herder. https://encyclopaedia.herdereditorial.com
  • Adcock, C. (1984). Convencionalismo em Henri Poincaré e Marcel Duchamp. Diário de arte, 44(3), 249-258.
  • Zahar, E. (2001). A Filosofia de Poincaré: Do Convencionalismo à Fenomenologia. Publicação em Tribunal Aberto.