Célula animal

Explicamos o que é uma célula animal e as teorias sobre sua origem. Além disso, suas partes e as diferenças com a célula vegetal.

célula animal
A célula animal contém um núcleo bem definido.

O que é uma célula animal?

Uma célula animal é um tipo de célula eucariótica, ou seja, aquela que possui núcleo definido. As células animais são aquelas que formam os diferentes tecidos dos organismos vivos que pertencem ao reino Animalia (animais).

Como os animais são seres multicelulares complexos, Suas células possuem um alto nível de especialização: dependendo do tecido a que pertencem, cumprem funções específicas que definem a sua morfologia, a sua função e as suas necessidades.

Veja também: Organismos multicelulares

Partes de uma célula animal

célula animal
O núcleo é envolto por uma membrana nuclear e rodeado por nucleoplasma.

As partes de uma célula animal são:

  • Núcleo. Como todos os eucariontes, os animais possuem células com núcleo definido que contém quase todo o seu material genético (DNA) organizado em cromossomos. O núcleo é composto por uma suspensão aquosa chamada “nucleoplasma”, na qual estão imersos o DNA e outras estruturas nucleares, e que é envolta por uma membrana nuclear que permite a troca de moléculas com o citoplasma.
  • Membrana plasmática o citoplasmática. É a membrana lipoproteica seletiva (membrana formada por compostos macromoleculares constituída por proteínas e lípidos) que reveste a célula, distingue o seu interior do seu exterior e permite a entrada de substâncias desejadas e a saída de resíduos metabólicos.
  • Citoplasma. Estende-se do núcleo até a membrana citoplasmática. É composto pelo citosol e organelas (exceto o núcleo). Estende-se do núcleo até a membrana citoplasmática. O citosol é a parte líquida do citoplasma e é composto de água, íons e biomoléculas. Organelas são estruturas com formas e funções específicas que estão imersas no citoplasma.

Algumas organelas são:

  • Mitocôndria. São as organelas onde é gerada a maior parte da energia da célula (na forma de ATP). As células podem ter até milhares de mitocôndrias. Quanto maior for a atividade da célula, maior será o número de mitocôndrias que ela terá. A respiração celular ocorre nas mitocôndrias, que consiste na oxidação de compostos orgânicos, principalmente glicose, para obtenção de energia na forma de ATP.
  • Lisossomos. São vesículas que contêm enzimas que degradam o material que entra na célula (um processo denominado “heterofagia”) ou o material produzido dentro dela (um processo denominado “autofagia”). Os lisossomos são responsáveis ​​pela digestão celular e são produzidos pelo aparelho de Golgi.
  • Aparelho de Golgi. É formado por uma série de membranas em forma de sacos ou cisternas achatadas. Serve para transportar, modificar e classificar proteínas que são sintetizadas nos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso (RER). Essas proteínas sintetizadas são circundadas por uma camada de membrana RER, formando vesículas.
  • Retículo endoplasmático. É uma série de túbulos e sacos achatados interconectados compostos de ácidos graxos. Está dividido em dois domínios com funções diferentes:
    • retículo endoplasmático rugoso (RER). É uma estrutura que se estende desde o envelope nuclear. É coberto por ribossomos, nos quais ocorre a síntese de proteínas.
    • Retículo endoplasmático liso (REL). É uma estrutura na qual são sintetizados ácidos graxos e esteróides. Além disso, desempenha papel fundamental na desintoxicação celular, bem como na absorção e liberação de cálcio da célula.
  • Centríolo. É uma organela cilíndrica composta por três trigêmeos de microtúbulos, que fazem parte do citoesqueleto. Estas estruturas têm um papel importante no transporte de organelas na célula, na estabilidade mecânica da célula e nos processos de mitose ou divisão celular.
  • Peroxissomas. São organelas que contêm oxidases, enzimas que oxidam certas substâncias, como as tóxicas.
  • Centrossoma. É composto por um par de centríolos e material pericentriolar. O material pericentriolar contém complexos proteicos de tubulina, que são essenciais na formação do fuso mitótico (conjunto de microtúbulos que se estendem dos centríolos quando a célula está em divisão celular) na divisão celular.
  • Cílios. São estruturas formadas por microtúbulos, semelhantes a cabelos, que se localizam na superfície da célula. Os cílios fazem movimentos semelhantes aos de um remo para mover o fluido pela célula.
  • Flagelos. Eles são semelhantes aos cílios, mas muito mais longos. Seu objetivo é movimentar toda a célula, atuando como pequenos propulsores.

Diferenças entre célula animal e célula vegetal

célula vegetal
As células vegetais e fúngicas possuem uma parede celular rígida.

As diferenças entre a célula animal e a célula vegetal podem ser resumidas como:

  • Parede celular. As células vegetais e fúngicas possuem uma parede celular rígida, o que limita seu crescimento, mas as torna mais compactas. Essa parede está localizada fora da membrana plasmática e é composta por celulose (no caso das plantas) ou quitina (no caso dos fungos). Não está presente em células animais.
  • Tamanho. As células animais são menores que as células vegetais, talvez porque não possuam um vacúolo central cheio de líquido, mas sim pequenas e numerosas vesículas em seu citoplasma.
  • Cloroplastos. Essas organelas são exclusivas de plantas, cianobactérias e algumas algas. Os cloroplastos contêm clorofila, que é uma biomolécula fundamental no processo de fotossíntese. As células animais não possuem cloroplastos, pois não realizam fotossíntese.
  • Centríolos. As células animais têm centríolos e as células vegetais não. Os centríolos desempenham um papel muito importante na formação do fuso mitótico, nos processos de divisão celular e na formação de cílios e flagelos. As células vegetais geralmente não possuem cílios ou flagelos, com exceção de algumas algas.

Mais em: Célula vegetal

Ascensão do reino o animal (animais)

No reino Plantae, que inclui plantas, são conhecidas várias maneiras pelas quais os organismos unicelulares foram organizados para formar organismos multicelulares. Contudo, no reino o animal (animais) ou Metazoários (metazoários), não se sabe muito bem como foi a transição dos protozoários (protistas) para os metazoários, ou seja, entre a vida unicelular e a organização multicelular especializada, já que não há evidências disso no registro fóssil.

Existem três teorias sobre a origem dos animais:

  • teoria colonial. Esta teoria sugere que a vida animal complexa teria surgido de colônias de coanoflagelados (protozoários flagelados), que são organismos eucarióticos unicelulares. As colônias seriam ocas e esféricas. Existem estudos moleculares de RNA ribossômico e estudos morfológicos de mitocôndrias e flagelos que apoiam esta teoria. Foi observado que as mitocôndrias e os flagelos dos coanoflagelados são muito semelhantes aos dos metazoários. Nessas colônias, organismos da mesma espécie interagem simbioticamente para realizar seu desenvolvimento vital.
  • Teoria simbiótica. Esta teoria assume que os organismos multicelulares se originaram da simbiose de organismos protistas de diferentes espécies. A simbiose consiste na relação, ligação ou interação entre diferentes organismos para que pelo menos um deles seja beneficiado no seu desenvolvimento.
  • Teoria da celularização. Esta teoria afirma que os organismos multicelulares surgiram de organismos unicelulares com vários núcleos, através da celularização desses núcleos, ou seja, da transição dos núcleos para as células.

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Referências

  • Tortora-Derrickson, (2006). Princípios de Anatomia e Fisiologia, 11ª Edição, Editorial Médica Panamericana.
  • “A célula. 4. O núcleo.O NÚCLÉOLO” In: mmegias.webs.uvigo.es Disponível em: https://mmegias.webs.uvigo.es Consultado: 31 de dezembro de 2022.
  • “Célula animal” Em: www.mineduc.gob.gt Disponível em: https://www.mineduc.gob.gt Consultado: 31 de dezembro de 2022.
  • “Célula animal” In: todomateria.com Disponível em: https://www.todamateria.com Consultado: 31 de dezembro de 2022.