Explicamos o que é o sargaço, onde é encontrado, suas causas e por que é uma ameaça ecológica. Além disso, a situação no Caribe.
O que é sargaço?
É conhecido como sargaço (também chamado de “erva daninha do Golfo” ou “erva daninha da engano”) um gênero de cerca de 150 espécies de algas marrons, macroscópicas e planctônicas.
Essas algas são encontradas nas regiões tropicais do globo, principalmente no Oceano Atlântico, em cuja região norte está o Mar dos Sargaços, único mar cujo nome se deve a razões físicas e biológicas sem a presença de costas.
O sargaço É uma alga marrom ou verde enegrecida. Seus corpos são constituídos por rizóides (equivalentes às raízes das plantas), estipes (equivalentes a caules) e lâminas (equivalentes a folhas), que muitas vezes possuem bexigas flutuantes, em forma de bolinhas cheias de gás, cuja função é manter as algas à tona para permitir a fotossíntese constante.
É comum encontrar sargaços presos a corais, recifes ou pedras., tornando a vida como longos espinhos. Também é encontrado flutuando em locais que podem se estender por quilômetros, fomentando também um ecossistema entre seus ramos.
Neste último caso, grupos dessas algas costumam ser encontrados amontoados à beira-mar, principalmente na costa caribenha, no que é conhecido como “maré marrom”.
O sargaço pode constituir uma ameaça ecológica importante, porque causa:
- Redução de luz e oxigênio nas regiões inundadas pelas algas.
- Acidificação das águas (devido à produção biológica de ácidos sulfídricos).
- Aumento das concentrações de nitrogênio e fósforo.
- Substituição de outras comunidades de algas.
- Asfixia de certas espécies animais (como tartarugas e peixes) e superalimentação daqueles que se alimentam de sargaço.
- Danos à indústria turística (maus cheiros em decomposição na praia).
Ao mesmo tempo, sargaço poderia servir como insumo orgânico para a produção de biocombustíveisfertilizantes, materiais de construção e até papel.
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Situação do sargaço no Caribe mexicano
Desde o verão de 2013, as costas do Caribe mexicano registraram ondas esporádicas de sargaço, que acabou apodrecendo na orla da praia. Isto tem ocorrido especialmente nos Estados da Península de Yucatán, afetando o turismo, principal atividade econômica de uma região considerada paradisíaca.
Entre 2014 e 2015 a situação tornou-se constante. O estado de Quintana Roo foi especialmente afetado: foram coletadas até 500 mil toneladas de algas marinhas em 2018. Estima-se que até 2019 será possível atingir o dobro dessa quantidade, quase um milhão de toneladas de sargaço.
Estima-se que o motivo dessa invasão de sargaços é o uso de fertilizantes na região sul-americana. Esses compostos sulfatados são levados ao mar pelas chuvas e rios, gerando uma proliferação anormal de algas. Outras explicações apontam para o aquecimento global, que favorece a taxa reprodutiva das algas.
Nos seus esforços para combater a maré castanha, As autoridades mexicanas recorreram a vários mecanismos, entre eles a liberação de microrganismos aquáticos que poderiam combater biologicamente o sargaço. Isso tem gerado polêmica na comunidade científica, uma vez que são ignorados os resultados que essa prática pode trazer no longo prazo.
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Referências
- “Sargaço” na Wikipédia.
- “O que é sargaço e por que é produzido?” em Mexico.com.
- “Sargaço” na NaturaLista.
- “Invasão no Caribe. Sargassum pune as praias do México e de Miami” em La Nación (Argentina).
- “Sargasso” na enciclopédia Treccani Online (italiano).
- “Sargassum” na Enciclopédia Britânica.